sábado, 9 de novembro de 2013

FLORESCER BEÇA

por todas as escritas
aos pés da vida comovidos
poetas perfeitos obreiros
eles não mudas de canteiros
escritas guardas jardineiros
Anibal vive entre guerreiros
por ele promovidos


poema publicado originalmente in
ANTOLOGIA DE ESCRITAS 8. Cacém, Portugal: Quilate, 2011. p.18

terça-feira, 1 de outubro de 2013

BELA LEVEZA

BELA LEVEZA
LEVE BELEZA*


bela a leveza, me lembra tristeza e alegria,
não a que dura madura na maçã futura,
a do corpo olhando as Cies é das irmãs
jungidas dos pés à cabeça criam o amor
ambas gestavam ocultas no primeiro dia

leve a beleza das flores da sabedoria
som que perdura na pura nudez da candura
do parto gerânio da vida é das manhãs
urdidas nas mãos duendes relevam a dor
âmbar a cor da leveza a razão chamaria

teve a destreza dos braços as asas antigas
aveva pura na pélvis das evas ternura
a do prato de carne de dentes caninos
leveza pluma destreza da vida flutua



* Elaborado, on-line, no ENTRECAMPOS de Escritas em 29.07.2006, às 20 h de Lisboa, Portugal e revisto em 02.03.2010, às 10:45 h de Rio Branco, Acre, Brasil.

Poema publicado in
ANTOLOGIA DE ESCRITAS NO 7. Portugal: Quilate, 2010. p.24

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Maciel maciez

maciel maçã arte eubiose
quem degusta vê mais consome
passa lhe mão nome não come
sim cresce fibra engole dose
maciez lê fibra eubiose
leitor livrador de artrose


Clodomir 25.09.13

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A CHATA / O PRIMEIRO CENTENÁRIO

Clodomir Monteiro


1877 – Seca de boca aberta
            Gente cheia de fome
            Seringa sobe e desce
            Mata se abre e fecha

            A água mexe

1977 – No corte copo aperta
            O tempo funda o mito
            Leite encurta leito
            Povo perde o centro

            Na praia a proa

1877 – No porto patrão esperto
            Brabo avia a vinda
            Preço sobe e desce
            Gente
Se engana e vende

O sonho tece

1977 – Estiva estica estoque
            O povo estanca seu rio
            A chata vida escorre
            Posse tocaia a bala

            O sangue em terra

1877 – Bem virgem tribo dança
            Canta adoçando açudes
            Correria caçando incha
            Pálido escravo escreve

            Na água o mapa

1977 – Estado empresa invasão
            Paulista tomando terra
            Caboclo tombando pinga
            Queimando gado fazenda

            Borracha apaga

1877 – Nordeste Galvez lenda
            E tratados demarcação
            Castanha caça e pesca
            Mata estala entoperce

            Fumaça cresce

1977 – Empresário bóia-fria
            Gato laçando mateiro
            A trinca no caminhão
            Corrente em cada mão

            De-obra escrava
           
            E longe multi investe
            Grileiro posseiro peão
            Rádio jornal e televisão
            O gado se engorda e desce

            O Acre achata


Poema publicado originalmente in:
Antologia dos Poetas Acreanos 1986. Rio Branco: Fundação Cultural/Casa do Poeta Acreano, 1986. p. 51-53

domingo, 11 de agosto de 2013

HOMENAGEM AO PAI

HOMENAGEM AO PAI
 GRAU DA ESCRITURA
Clodomir Monteiro
Agosto 2013

poema adia dia de pai
nem ele diz bem dita de mãe
dia de filho agem filias
dia desfila ato de língua
poesia destila linguagem
natureza que passa através
fala dita escritor escritura
rolando Barthes só de estilos
pai esplendor imagem sonhada


poema inspirado
na obra de Roland Barthes:

"O grau zero da escritura"
Cultrix, 1971

segunda-feira, 22 de julho de 2013

PAPA BRASIL

Clodomir Monteiro
22.07.2013
Rio Branco,Acre


Papa vive Brasil
abrasa povo em rua
que manifestação

se Papa vai à rua
aquece juventude
mundo vê Brasil

Brasil que Papa guarda
abraça fala atua
põe Brasil e mundo

verdade que igualdade
consumo não ilude
Brasil rio que Papa

cante menor louvado
renovo que prelude
canto maior de prece

Papa planta Brasil
semente de atitude
amar povo de muda

paz manifestação
mudo povo que passa
Brasil inunda Papa

quinta-feira, 11 de abril de 2013

LEVE TODO AMOR

Clodomir Monteiro 


leve todo amor
se dor aumenta
pese todo dar
ardor esquenta

use olho certo
toque distante
se nariz diz perto
sinta distante

ligue faro a tato
com língua sente
lambe lento prato
se molha quente

viva tempo lasso
dá lhe presente
se prazer é tanto
não coma cacho 


poema publicado in ANTOLOGIA DE ESCRITAS NO. 8. Cacém (Portugal): Quilate Lda, 2011. p.20

domingo, 31 de março de 2013

PÁSCOA NA REDE JESUS

Clodomir Monteiro


Páscoa que nada no corpo
alma danada de porto
presa na água conforto
espuma olho de morto

Páscoa com tudo de horto
calma aninhada do torto
na granja seca ovo afoito
espinha em sesta absorto

Páscoa que nada na alma
pesca da paz como acalma
leva na mão gema apalma
espinho em sexta que salva

Páscoa que sobe da cruz
convida peixe conduz
cravada mão palma luz
Páscoa na rede Jesus

segunda-feira, 25 de março de 2013

VIDA COM BATIDA

Clodomir Monteiro



a batida          nas costas
no copo
                         rebate
conversa       conserva na mesa

anima             a fala
é lima
                         na folha
comício          com vício não muda

a bebida         no fundo
confunde
                         protesto
possesso      babando no prato

vê limão         afundando
e não sente
                         inocente
conserva       o sumo do fato

a batida         no corpo
de vidro
                         a cara
embutida       estira na esteira

bedendo        com sumo
a vida
                        sem rumo
a cura            da cara          estia

o copo           sambando
convida
                        conviva
na mesa        consome       conversa



MONTEIRO, Clodomir. Derroteiro de Rotinas. São Paulo: Quíron/Práxis, 1976.