me mando pro mar das bermudas
vestindo casaco e na proa
sou parte anterior desta nau
vestindo casaco e na proa
sou parte anterior desta nau
não falo se olho me penso
dormindo no musgo do casco
mergulho na linha do som
dormindo no musgo do casco
mergulho na linha do som
pretendo afundar os três cones
sumindo nos vãos de meus dedos
são furos na água do nada
sumindo nos vãos de meus dedos
são furos na água do nada
se sopro sedentro de ar
percebo meu mastro agitado
sem nada na onda que anda
percebo meu mastro agitado
sem nada na onda que anda
se finjo renascer de um boto
rosando regaços de virgens
são penas que apenas depeno
rosando regaços de virgens
são penas que apenas depeno
roendo memória de amigos
retiro o casaco e me abraço
navego eu andor da existência
retiro o casaco e me abraço
navego eu andor da existência
resisto descer ao convés
reato os três lados da barca
não sei se já vou ancorar
reato os três lados da barca
não sei se já vou ancorar
o barco de quem me decifra
no quarto lado navega
no quarto lado navega
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(***) obs: este poema completo
contém sua repetição. Sendo escrito a partir da leitura de baixo para cima,
incluindo o título (que ficaria no fim do poema). Sugiro que esta leitura de
baixo para cima, o leitor deve fazê-la para sugerir a navegação que me decifra
(a mim que é também o próprio leitor lendo-se).
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